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terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Gol de Letra - Primeira Tabelinha

O casamento de Romeu e Julieta brasileiro*
A nossa primeira tabelinha é com o jornalista Beto Xavier, autor de Futebol no País da Música, pela Panda Books. Resultado de 15 anos de uma pesquisa inédita, o livro traça um paralelo entre o futebol e música, as duas grandes paixões nacionais, segundo Xavier. Entrevistas com craques da bola e alguns dos principais nomes da música popular brasileira, trechos de canções e fotografias recheiam as histórias que contam a trajetória do futebol brasileiro.
Segundo o autor, o gênero que mais se identifica com o esporte é o samba. A relação com o estilo musical ocorreu de forma natural. Ambos tiveram ascensão nos anos 30. Assim como o futebol, que para jogar basta ter um instrumento esférico, para tocar samba basta ter uma caixinha de fósforo, uma lata. Fazer samba é fácil, não querer instrumentos específicos, e assim é com futebol.

O futebol ganhou outro campo, o da literatura
Beto Xavier, também, conversou sobre o futebol estar cada vez mais presente como objeto de pesquisas e estudos no meio acadêmico e na literatura. Para Xavier, o grande divisor de água de o futebol ser estudado e estar ai nos livros é a obra de Rui Castro sobre o Garrincha, Estrela Solitária. A partir daí o meio literário, as editoras viram que falar de futebol, clubes ou sobre algum atleta famoso também pode ser um grande filão da literatura. Hoje em qualquer livraria já tem até um setor determinado ao esporte. Aqui saem os livros do Inter e do Grêmio, como os escritos pelo Ruy Carlos Ostermann, e de alguns jogadores de futebol. Lá em São Paulo, também, de craques como Ademir da Guia e Rogério Ceni. No Rio de Janeiro, tem livro sobre o Zico.


É muito interessante que o
futebol seja objeto de estudo e também sirva de
inspiração para os
escritores
”, diz o jornalista.
Cristiane Serra – Beto, no teu livro, tu relacionas futebol com a música brasileira, diz que eles se casaram.Quando eles começaram a namorar e quando casaram de fato?
Beto Xavier – Na verdade, o meu livro ele diz que o futebol já nasceu casado com a música. Porque usa uma comparação, um fato: Charles Miller, que foi a pessoa responsável por introduzir o futebol no Brasil, era casado com Antonieta Rudge, que era uma eximia pianista e interprete de Chopin, isto na década de 10, começo do século passado. É apenas uma fonte para eu falar deste casamento que existe desde o começo dos anos 10 no Rio de Janeiro. Onde, havia muito choro, polca, salsa, todos esses gêneros musicais. E o futebol, também, começou a ficar famoso, a ser introduzido na sociedade. Mas o marco desta relação se deu começo dos anos 30, quando surgiu a Rádio Nacional, e o futebol se profissionalizou. Ao mesmo, tempo o samba se tornou o grande ícone, o gênero musical oficial do Brasil, com Noel Rosa, Cartola, Wilson Batista e Ary Barroso. E do lado do futebol quando surgiu os primeiros grandes craques da época, como Leônidas, Friedenreich e Perácio. Logo, não era anormal que os músicos também se inspirassem no futebol para fazer algumas músicas. E nasceram grandes composições falando de futebol naquela época.

Cristiane– Além de Jorge Benjor, que música brasileiro pode lançar uma coletânea só de músicas sobre futebol?
Beto- O Benjor é o fenômeno recente, foi a partir dos anos 60-70 que começou a tratar de futebol. Flamenguista fanático, fez talvez o maior clássico da música de futebol, a canção Fio Maravilha. Mas antes disso, alguns compositores também cantaram futebol de maneira muito importante. O sambista e flamenguista Wilson Batista, entre anos 30 e 50, tem várias músicas de futebol. O Ary Barroso, embora, não tenha feito muitas canções com o tema, tem uma ligação muito forte com esporte. Foi até locutor e repórter esportivo. Também, recentemente Moraes Moreira também pode ser incluído sempre um dos grandes cantores. E por fim, o Chico Buarque tem essa ligação que todo mundo conhece.

Cristiane– Trazendo para o Rio Grande do Sul, a gente pode citar…
Beto– Tem um nome emblemático na relação do futebol com a música que é Lupicínio Rodrigues, que fez o hino do Grêmio. Com certeza é um dos hinos mais bonitos de todos os clubes brasileiros. Só ai já é um grande casamento, mas tem outros compositores do Rio Grande do Sul também cantaram futebol. Como, por exemplo, o Teixeirinha, que foi talvez o artista popular mais famoso da história da música popular do Rio Grande do sul, tem várias músicas falam de futebol. O cantor tem uma parte de desafios que fez com a Mary Terezinha, na década de 60, que ele canta o Grenal, canta outra canção que fala do clássico Palmeiras x Corinthians. Além de outra gravação, que fala sobre o futebol dos bichos, que muito interessante.

Cristiane– Qual o jogador que mostrou talento como compositor, cantor ou músico?
Beto– Alguns tentaram, mas a maioria foram tentativas frustrantes. O Pelé teve a sorte gravar duas músicas com a Elis Regina, um compacto simples chamado Tabelinha, em 1970. O Tite, jogador dos Santos da década de 50, foi um dos que melhor entrou neste campo da música, gravou um compacto com seis músicas, ele era bom cantor e tocava bem violão. Tite era contemporâneo do rei, incluvise foi ele quem ensinou o Pelé a tocar violão na concentração do Santos, eles jogaram juntos na década de 50. Mas sem dúvida o melhor jogador que deu na música, foi o Júnior do Flamengo. Que além de interpretar bem samba, foi o jogador que mais venceu. O Júnior chegou a vender mais de 650 mil cópias do compacto Voa Canarinho, em 1962, que acabou se tornando o hino da Seleção Brasileira na Copa da Espanha.

Cristiane– E invertendo a situação, quais são os músicos que batem um bolão?
Beto– A maioria dos músicos jogam futebol, nem todos são bons. Mas tem muitos músicos famosos que são bons de bola. Fagner, Chico Buarque, Zé Cabaleiro, Evandro Mesquita, todos jogam bem. Moraes Moreira e os outros Novos Baianos, chegaram ao ponto de fazerem um campo com dimensões oficias da FIFA.

Cristiane– No livro, tu comparas os Novos Baianos com o carrossel holandês, a laranja mecânica da Copa de 74. Por quê?
Beto– A seleção da Holanda, em 1974, chamada de carrossel, tinha a característica de todos jogarem sem posição fixa, todos atacavam e defendiam ao mesmo tempo. E os Novos Baianos era mais ou menos essa filosofia, todos cantavam e faziam as composições. E, principalmente, ambos deram ares inovadores a suas áreas. O esquema do time holandês, considero a última grande revolução do futebol. E os Novos Baianos, também, foram revolucionários. O grupo uniu o rock com o samba. Além dos dois terem surgidos mais ou menos na época.

Cristiane – Tem algum outro país tão apaixonado por futebol e com tradição semelhante de música sobre o esporte?
Beto- Não. A relação do futebol com a música no Brasil é a maior, isso não tem nem dúvida. Não é a toa que são as duas grandes artes brasileiras, são os nossos dois maiores produtos de exportação. O brasileiro é bom de samba e futebol. Este é um selo que nós vendemos para o mundo inteiro. Mas, na Inglaterra a relação também muito forte. Lá é mais comum jogadores gravarem discos. Até pouco temo atrás a seleção inglesa, por exemplo, se reunia em época de Copa do Mundo para os jogadores gravarem a musica oficial do time. Na Alemanha, na Holanda e Espanha também acontece isso. Mas como no Brasil é impossível, uma coisa está ligada a outra de maneira única no universo.

Cristiane – Falar em futebol brasileiro não tem como deixar de citar, Pelé. Mencionado o Rei é quase impossível não compara-lo com Maradona. Quem recebeu mais homenagens musicais?
Beto- Maradona foi mais cantado, inclusive, no site Maradona 10 tem todas as canções inspiradas no boleiro. Embora Pelé represente muito para os brasileiros, o argentino é mais idolatrado. Mas, o rei também é homenageado de várias formas em grandes momentos da música brasileira.

Cristiane – A gente vê ai o Ronaldo mais uma vez dando a volta por cima. Com uma cadeira tão brilhante, mas, ao mesmo tempo recheada de altos e baixos. Qual seria a música do Fenômeno? Seria a composta por Marcelo D2, Sou Ronaldo?
Beto- É, o Marcelo D2 fez essa que foi um estourou, e foi muito feliz. A letra dela diz tudo. Mas o Ronaldo vai mais cantado na música brasileira, depois dessa volta para o país, jogando no Corinthians. Na verdade o jogador foi para a Europa muito cedo, o brasileiro quase não viu o Ronaldo jogar bola. Agora que o povo brasileiro tá vendo ele jogar bola, vai receber mais homenagens musicais.

Cristiane – Na tua opinião, qual gol merece uma música?
Beto- Eu faria uma música para o gol que o André Catimba marcou na final em 1977, no Grenal que acabou a hegemonia de oito anos do colorado aqui no Rio Grande do Sul. Aquele gol que ele recebeu o passe do Iura e bateu de perna direita, meio enviesado. Quando foi comemorar sentiu a perna, uma distensão, e caiu de peito no chão, o que resultou na sua substituição. Aquele gol merecia uma música, com certeza.
*Texto publicado no Blog da Cristiane Serra

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Estreia

A partir desta semana este nosso meio de contato vai trilhar por outros gramados. Vai ao ar, a seção Gol de Letra. E como não é novidade para ninguém que esta futura jornalista que vos escreve tem grande apreço pelo esporte que é a paixão nacional, logo, o futebol será o tema pertinente no blog. Entrevistas, crônicas, textos e relatos de quem não só vivencia, contando o que rola dentro e fora das quatro linhas, mas também escreve a história do esporte, vão nos ajudar a entender um pouco mais do mundo da bola.

E para dar o ponta pé inicial cito dois trechos do livro Futebol ao sol e à Sombra, de Eduardo Galeano, que exemplificam bem como o autor define o esporte. Para o jornalista uruguaio, nada se sobrepõe ao encanto da “festa pagã”, que é o futebol. Onde o jogo se transforma em saga, desperta paixões, cria mitos, heróis, glórias e tragédias.

“-Como a senhora explicaria a um menino o que é felicidade?

- Não explicaria – respondeu.

– Daria uma bola para que ele jogasse. (Pergunta feita por um jornalista à teóloga alemã Dorothee Sölle)” (contra capa)

Mas como nem tudo são flores, há também o lado sombrio. Um mundo à parte, que envolve poderosíssimos interesses políticos e financeiros, segundo Galeano.

“O futebol profissional faz todo o possível para castrar essa energia de felicidade, mas ela sobrevive apesar de todos os pesares. É talvez por isso que o futebol não pode deixar de ser assombroso.(…) Por mais que os tecnocratas o programem até o mínimo detalhe, por muito que os poderosos o manipulem, o futebol continua querendo ser a arte do imprevisto. Onde menos se espera salta o impossível, o anão dá uma lição ao gigante, e o negro mirrado e cambaio faz de bobo o atleta esculpido na Grécia.” (p.204)

P.S. : E para não dizerem que eu só copio os textos feitos de um blog para outro... Boa parte do material postado aqui será produzido para o Blog da Cristiane Serra. Como o tema é pertinente em ambos, resolvi postar nos dois, ;) .

domingo, 3 de maio de 2009

O dia do Jornalista

Mesmo sendo uma semi-jornalista, não poderia deixar passar em branco essa data, o Dia do Jornalista. Peço licença ao Edinho, assíduo leitor do Jogo de Damas e deste blog, para publicar o e-mail que ele me envio, parabenizando pelo dia. E aproveito a oportunidade para dizer que adorei o e-mail!!! =DParabéns a todos os jornalistas, ou semi-jornalistas como eu!


"Ser jornalista é....
AMOR
VONTADE
GARRA
DISPOSIÇÃO
CURIOSIDADE
INSATISFAÇÃO
XÍCARAS DE CAFÉ
PRAZO
OLHEIRAS
CORRERIA...



DE ACORDO COM O DICIONÁRIO...s. 2 gén.1. Pessoa que tem por profissão escrever em periódicos.2. Pessoa que, mais ou menos assiduamente, escreve artigos nos jornais.


ATÉ PARECE FÁCIL MAS, VOCÊS SABEM QUE É MUITO MAIS DO QUE ISSO!
ESCOLHERAM ESTA PROFISSÃO PORQUE A NOTÍCIA OS ENVOLVE...

Sete de abril não representa apenas o nome de uma rua no centro da capital paulista. Convencionou-se o dia sete de abril para celebrar o Dia Nacional do Jornalista.
A data coincide com a fundação da
Associação Brasileira de Imprensa (ABI), criada há 95 anos e presidida durante boa parte de sua história por Barbosa Lima Sobrinho, jornalista falecido em 2000 aos 103 anos, 80 deles dedicados ao seu ofício e a defesa da liberdade e democracia.
"jornalismo, só deve ser praticado por jornalistas."

PARABÉNS A VOCÊS!!!

Éderson Lumertz "

terça-feira, 7 de abril de 2009

A frase da semana

“O Roth é um bom técnico. Porém, o maior inimigo dele é ele mesmo!” Wianey Carlet

Por que Celso mantém-se irredutível quando o assunto é Douglas Costa?
A atitude do técnico durante o treino de hoje explica o motivo de Douglas não atuar? Será perseguição?

Não sei. Só sei que a frase do Wianey é a melhor definição para o momento que o treinador vive no clube. O time vence, mas não convence.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Corrigindo o erro...

No post “Que ronquem os motores...” citei que a partir desse ano o número de vitórias é que iria determinar o campeão mundial. Pois bem, após muitamuitamuita polêmica a FIA voltou atrás, desde o GP da Austrália o modelo antigo é o que está valendo: o número de pontos define o campeão.

Feita a retificação, seguimos acompanhando o que mais vai rolar dentro e fora das pistas, ;) !

O dia da mentira e a hora da verdade

(Antes que alguém me xingue: Sim. Publiquei o mesmo texto nos dois blogs. Mas não foi por falta de criatividade não, e sim pela relevência do tema!!!)
Primeiro de abril de 2009, às 14h (ou seja, em menos de uma hora), em Brasília, os ministros do Supremo Tribunal Federal vão analisar a constitucionalidade da Lei de Imprensa e a exigência do diploma de jornalista. Hoje, quem não tem diploma pode trabalhar em jornalismo graças a uma liminar do ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo.

Rodrigo Haidar, é correspondente em Brasília da revista Consultor Jurídico, dá o panorama geral da polêmica, em matéria publicada no site do Conjur:
"A polêmica em torno da necessidade de diploma de jornalismo para o exercício da profissão esteve presente na imprensa desde a edição do Decreto-Lei 972/69, que regulamenta a atividade, mas ganhou força em outubro de 2001, quando o Ministério Público entrou com ação para derrubar a exigência de diploma.

No dia 23 de outubro de 2001, a Justiça deu liminar para suspender a obrigação de ter diploma de curso de jornalismo para a atividade jornalística. A Justiça acolheu o argumento da procuradora da República Luiza Fonseca Frischeisen de que o decreto que regula a profissão não foi recepcionado pela Constituição de 1988. A exigência foi cassada.

A União e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) recorreram ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região. No final de 2005, a 4ª Turma do tribunal derrubou a sentença de primeira instância e restabeleceu a obrigação de os jornalistas terem curso superior na área específica. O relator da matéria, desembargador Manoel Álvares, entendeu que o Decreto-Lei 972/69 foi, sim, recepcionado pela Constituição.

Foi a vez, então, de o MPF recorrer ao Supremo. O MPF alega que o artigo 5º 5º da Constituição fixa que o jornalismo é uma atividade intelectual que prescinde de obrigação de formação superior. Para o Ministério Público, a exigência de diploma para exercer a profissão de jornalista se choca com esses princípios constitucionais.

Em Ação Cautelar, o procurador-geral da República conseguiu liminar para suspender a exigência do diploma. Agora, o Supremo decidirá o Recurso Extraordinário sobre o mérito da questão."

Para defender a classe dos jornalistas, recorro ao artigo do presidente da Federação Nacional dos Jornalistas - FENAJ, Sérgio Murillo de Andrade:

Jornalista, só com diploma

*Sérgio Murillo de Andrade

Em 1964, há 45 anos, na madrugada de 1º de abril, um golpe militar depôs o presidente João Goulart e instaurou uma ditadura de 21 anos no Brasil. Naquela época, todos os setores, inclusive o Jornalismo, e liberdades democráticas foram atingidas e sofreram por mais de duas décadas.Em 2009, a sociedade brasileira pode estar diante de um novo golpe, mais direcionado que então. Desta vez, especificamente contra o seu direito de receber informação qualificada, apurada por profissionais capacitados a exercer o Jornalismo, com formação teórica, técnica e ética.

A exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista, em vigor há 40 anos (1969/2009), encontra-se ameaçada. O Supremo Tribunal Federal (STF) julgará, também em 1º de abril, o recurso que questiona a constitucionalidade da regulamentação profissional do jornalista. O ataque à profissão é mais um ataque às liberdades sociais, cujo objetivo fundamental é desregulamentar as profissões em geral e aumentar as barreiras à construção de um mundo mais pluralista, democrático e justo.

É importante esclarecer: defender que o Jornalismo seja exercido por jornalistas está longe de ser uma questão unicamente corporativa. Trata-se, acima de tudo, de atender à exigência cada vez maior, na sociedade contemporânea, de que os profissionais da comunicação tenham uma formação de alto nível. Depois de 70 anos da regulamentação da profissão e mais de 40 anos de criação dos Cursos de Jornalismo, derrubar este requisito à prática profissional significará retrocesso a um tempo em que o acesso ao exercício do Jornalismo dependia de relações de apadrinhamentos e interesses outros que não o do real compromisso com a função social da mídia.

O ofício de levar informação à sociedade já existe há quatro séculos. Ao longo deste tempo foi-se construindo a profissão de jornalista que, por ter tamanha responsabilidade, à medida que se desenvolveu o ofício, adquiriu uma função social cada vez mais fundamental para a sociedade. E para dar conta do seu papel, nestes quatro séculos, o Jornalismo se transformou e precisou desenvolver habilidades técnicas e teóricas complexas e específicas, além de exigir, também sempre mais, um exercício baseado em preceitos éticos e que expresse a diversidade de opiniões e pensamentos da sociedade.

Por isso, a formação superior específica para o exercício do Jornalismo há muito é uma necessidade defendida não só pela categoria dos jornalistas. A própria sociedade, recentemente, já deixou bem claro que quer jornalista com diploma. Pesquisa do Instituto Sensus, realizada em setembro de 2008, em todo o país, mostrou que 74,3 % dos brasileiros são a favor da exigência do diploma de Jornalismo. E a população tem reafirmado diariamente esta sua posição, sempre que reclama por mais qualidade e democracia no Jornalismo.

A Constituição, ao garantir a liberdade de informação jornalística e do exercício das profissões, reserva à lei dispor sobre a qualificação profissional. A regulamentação das profissões é bastante salutar em qualquer área do conhecimento humano. É meio legítimo de defesa corporativa, mas sobretudo certificação social de qualidade e segurança ao cidadão. Impor aos profissionais do Jornalismo a satisfação de requisitos mínimos, indispensáveis ao bom desempenho do ofício, longe de ameaçar à liberdade de Imprensa, é um dos meios pelos quais, no estado democrático de direito, se garante à população qualidade na informação prestada - base para a visibilidade pública dos fatos, debates, versões e opiniões contemporâneas.

A existência de uma Imprensa livre, comprometida com os valores éticos e os princípios fundamentais da cidadania, portanto cumpridora da função social do Jornalismo de atender ao interesse público, depende também de uma prática profissional responsável. A melhor forma, a mais democrática, de se preparar jornalistas capazes a desenvolver tal prática é através de um curso superior de graduação em Jornalismo.

A manutenção da exigência de formação de nível superior específica para o exercício da profissão, portanto, representa um avanço no difícil equilíbrio entre interesses privados e o direito da sociedade à informação livre, plural e democrática.

Somos mais de 60 mil jornalistas em todo o país. Milhares de profissionais que somente através da formação, da regulamentação, da valorização do seu trabalho, conseguirão garantir dignidade para sua profissão, e qualidade, interesse público, responsabilidade e ética para o Jornalismo praticado hoje no Brasil.

E não apenas a categoria dos jornalistas, mas toda a Nação perderá se o poder de decidir quem pode ou não exercer a profissão no país ficar nas mãos de interesses privados e motivações particulares. Os jornalistas esperam que o STF não vire as costas aos anseios da população e vote pela manutenção da exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista no Brasil. Para o bem do Jornalismo e da própria democracia.

* Presidente da Federação Nacional dos Jornalistas - FENAJ

Que ronquem os motores...



A espera acabou! Foram quase cinco meses de intervalo entre o último GP Brasil e o GP da Austrália deste domingo, 29. O treino classificatório ocorre na madrugada hoje, às 3h de madrugada, com transmissão ao vivo da Globo. A Temporada de 2009 da Fórmula 1 promete, e muito! Após muitos anos sem muitas mudanças nos regulamentos da principal categoria do automobilismo, neste ano as mudanças foram radicais. Sem falar na crise econômica que bateu na porta da F1.

A principal mudança, e também a mais polêmica, é que o número de pontos não determinará mais o campeão mundial. O título de campeão da F1 ficará com o piloto que vencer mais corridas. A decisão veio na reunião feita nesta terça-feira em Paris, atendendo à sugestão de Bernie Ecclestone. O sistema de pontos não será totalmente abandonado. Até o ano passado o piloto campeão era o que somasse mais pontos durante a temporada, em caso de empate, o número de vitórias servia como desempate. Este ano a coisa se inverteu, o número de vitórias determina o campeão, e em caso de empate o número de pontos serve para desempatar.O número de pontos também valerá para o campeonato de construtores, portanto o desempenho geral na temporada continua sendo muito importante.

Está aberta também, a fase das especulações. A McLaren, a equipe mais afeta pela crise econômica, conseguirá se recuperar ao longo da temporada? Quem vencerá o duelo interno da Ferrari? Alonso e a Renault, serão uma ameaça? E o que esperar das demais equipes: BMW, Toyota, Toro Rosso, Red Bull, Williams, Force Índia e BrawnGP?

Agora, é esperar para ver.

Foto: Globo Esporte

sexta-feira, 27 de março de 2009

Porto Alegre é demais

Vinte e seis de março, aniversário da nossa querida Porto Alegre. A Porto Alegre que já foi o Porto dos Casais, a Porto Alegre da Feria do Livro, do pôr-do-sol mais lindo do mundo (o do Guaíba), do brique da Redenção, da caminha e do chimarrão no Parcão ou no Gasômetro, dos Grenais, a “pequena cidade grande” de Mário Quintana, e de tantas outras coisas compõem a capital dos gaúchos. Claro que existem problemas e mais problemas, mas hoje é dia homenagear a cidade. Eu, como porto-alegrense de coração, deixo aqui os parabéns pelos os 237 anos daquela que virou a minha cidade. Recorro a quem, que assim como eu, adotou Porto Alegre como sua cidade, o poeta Mário Quintana.


O MAPA

Olho o mapa da cidade

Como quem examinasse

A anatomia de um corpo...

(É nem que
fosse o meu corpo!)
Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei...

Há tanta esquina esquisita,
Tanta nuança
de paredes,
Há tanta moça bonita
Nas ruas que não andei
(E há uma
rua encantada
Que nem em sonhos sonhei...)

Quando eu for, um dia
desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco
do nada
Invisível, delicioso

Que faz com que o teu ar
Pareça
mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já
tão longo andar!)

E talvez de meu repouso...

Mário Quintana

"Porto Alegre é que tem..."

Estou longe de fazer propaganda aqui no blog. Mas falar em homenagem à Porto Alegre, não tem como deixar de citar os comercias da rede de supermecados Zaffari e Bourbon, que sempre emocionam. Para mim, a mais tocante é a propaganda do ano passado, que diz que a vista mais emocionante de todas: a de quem volta. Sem mais, vamos a ela. (Ah! E é claro, a música "hino" de Porto Alegre: "Porto Alegre é demais" do Fogaça )



quinta-feira, 26 de março de 2009